
Depois das duas primeiras corridas, o circo da Fórmula 1 regressou à Europa. A sua primeira prova, no dia 1º de Maio, foi em Imola para o Grande Prêmio de San Marino. Quando começou a sessão de qualificação em Imola, ele respondeu aos seus críticos de um modo decidido. Apesar de perturbado com o espectacular acidente de Rubens Barrichello, conseguiu a pole provisória rodando meio segundo mais rápido que o Benetton de Schumacher e o Ferrari de Gerhard Berger.
"Foi obviamente, uma sessão um pouco caótica, devido ao acidente do Rubens", disse depois. "Penso que dadas as circunstâncias, foi um resultado excelente".
O acidente de Barrichello perturbou Senna. Ele era o seu protegido desde que, um ano antes, tinha ingressado na equipe Jordan. Ayrton acreditava que o seu amigo paulista de 21 anos, seria o seu sucessor natural, o homem que tomaria a si o título de melhor piloto brasileiro. Quando viu o acidente, saiu da pista e dirigiu-se de imediato ao local. Barrichello, ainda inconsciente, é então acompanhado por ele até ao centro médico do circuito, onde finalmente recupera os sentidos. Senna segurou a sua mão e falou serenamente: "Fica calmo. Você vai ficar bom". A sua presença e genuína preocupação foram muito apreciadas por Barrichello.
Felizmente, o acidente do Brasileiro não foi tão sério como à primeira vista parecia e ele regressou no dia seguinte ao circuito, para uma conferência de imprensa no motorhome da Jordan.
A comunidade da Fórmula respirou de alívio. Mas, decorridos apenas vinte minutos da segunda sessão de qualificação, deu-se outro terrível acidente espalhando de novo o horror pelo paddock.
O austríaco Roland Ratzenberger, ao tentar pela terceira vez qualificar o novo MTV Simtek-Ford, saiu da pista na curva Villeneuve, batendo de lado nas barreiras de proteção. O impacto foi violentíssimo, de tal modo que Ratzenberger partiu instantaneamente o pescoço.
Foi o primeiro acidente fatal num Grande Prêmio em doze anos, e o paddock da F1 ficou chocado. Apenas Senna se deslocou com alguns comissários ao local e em memória de Ratzenberger decidiu não participar mais da sessão de qualificação. No entanto, o tempo conseguido na sexta-feira permitiu-lhe ainda manter a pole position.
"O Ayrton estava preocupado com as condições de segurança da pista", disse, perturbada, a sua namorada Adriane Galisteu, a quem telefonou para o seu apartamento no Algarve, sábado à noite. "Ele visitou os locais de ambos os acidentes e disse que não estava com muita vontade para correr em Imola". Alguns jornalistas também notaram que Senna estava apreensivo durante o fim de semana.
Após um warm-up, sem incidentes, onde registrou novamente o melhor tempo, Senna tomou, de um modo frio e determinado, o seu lugar no grid daquela que seria a sua última corrida.Partindo da pole, tomou a liderança seguido de perto por Schumacher. J. J. Lehto deixou o motor do seu Benetton-Ford morrer na largada, erguendo os braços para avisar aqueles que seguiam atrás. Todos se desviram, exceto Pedro Lamy, que vendo abrir-se uma brecha à sua esquerda e sem saber porquê, optou por seguir por ali. O seu Lotus bateu então na traseira do carro imóvel de Lehto, saindo disparado contra o muro à esquerda. Atravessa depois a pista até bater nas barreiras do lado oposto, onde finalmente pára.
O acidente pareceu bastante grave mas, pouco tempo depois, Lamy saiu ileso do seu carro parcialmente destruído. Lehto sofreu um pequeno ferimento no braço esquerdo. Quatro espectadores foram atingidos por destroços de ambos os carros e apresentando pequenos ferimentos foram tratados no Hospital de Imola.
O incidente trouxe para a pista o Safety Car e atrás dele, com Senna a liderar, mantiveram-se todos os pilotos durante quatro voltas. Quando surgiu a luz verde, Ayrton e Schumacher destacaram se de imediato dos demais concorrentes, retomando a sua batalha. Porém, esta só durou mais uma volta.
Ao passar na assustadoramente rápida curva Tamburello pela sexta vez, o carro de Ayrton Senna saiu e bateu violentamente no muro de cimento.
A bandeira vermelha é então mostrada e a corrida é interrompida. Pela terceira vez neste fim de semana negro, o Professor Sid Watkins lidera a equipe médica para socorrer a mais um acidente grave. Quando chega ao local, fica chocado com o que vê.
Ainda na pista corta o capacete de Senna, apercebendo-se então da gravidade dos ferimentos. "Foi muito difícil para mim", disse depois. "Eu sabia que o rapaz não ia conseguir sobreviver".
Durante 17 minutos os médicos lutaram por mantê-lo vivo, mas sabiam que isso era praticamente impossível. É depois transferido para o Hospital Maggiore em Bolonha onde é declarado morto às 18.40.
"Ele morreu devido a graves ferimentos no crânio e cérebro" comunicou o Prof. Watkins, neurocirurgião londrino. "Haviam várias fraturas no crânio, bem como fortes hemorragias na sua base. Ele esteve inconsciente o tempo todo. Entrou em coma profundo, de onde não mais saiu".
Ainda na pista corta o capacete de Senna, apercebendo-se então da gravidade dos ferimentos. "Foi muito difícil para mim", disse depois. "Eu sabia que o rapaz não ia conseguir sobreviver".
Durante 17 minutos os médicos lutaram por mantê-lo vivo, mas sabiam que isso era praticamente impossível. É depois transferido para o Hospital Maggiore em Bolonha onde é declarado morto às 18.40.
"Ele morreu devido a graves ferimentos no crânio e cérebro" comunicou o Prof. Watkins, neurocirurgião londrino. "Haviam várias fraturas no crânio, bem como fortes hemorragias na sua base. Ele esteve inconsciente o tempo todo. Entrou em coma profundo, de onde não mais saiu".
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